Zuenir Ventura
Zuenir Ventura nasceu em Além Paraíba (MG), em 1931. Aos 11 anos, mudou-se com a família para Nova Friburgo (RJ) e começou a trabalhar com o pai, como pintor. Depois foi contínuo de banco, faxineiro e balconista. Em 1954, na cidade do Rio de Janeiro, cursou faculdade de letras e logo começou sua extraordinária carreira de jornalista. Zuenir foi repórter, editor e chefe de redação de veículos como as revistas Visão e Veja, o Jornal do Brasil e o site No mínimo. Ele foi também, por 40 anos, professor universitário. A estreia como escritor foi em 1988, com 1968 – o ano que não terminou, livro que logo se tornou referência sobre a época e bestseller. Zuenir é autor de outros livros-reportagem, de crônicas e de um título que mistura ficção e realidade: Inveja - mal secreto, em que disseca os paradoxos desse sentimento inconfessável. Há muitos anos, Zuenir Ventura é colunista do jornal O Globo.
Em 1968, Zuenir apresenta um retrato dos fatos que fizeram desse ano um divisor de águas na história. No Brasil, foi um período de sonhos, em que ganharam força os protestos estudantis contra a ditadura. Foi o ano da “passeata dos 100 mil” e dos festivais da canção, em que Geraldo Vandré cantou Pra não dizer que não falei de flores e Caetano Veloso É proibido proibir. Ano que terminou tragicamente, com o decreto do Ato institucional no 5, que acabou com a liberdade e inaugurou os anos de chumbo. “Além de ser uma peça de excelente jornalismo, de texto brilhante, o livro presta relevante serviço à revitalização da consciência democrática”, disse o filósofo Leandro Konder. Em 2008, Zuenir lançou 1968 – o que fizemos de nós, um estudo da “geração ecstasy” e um balanço do que 1968 tem a dizer para os jovens de hoje.
Depois de passar dez meses indo à favela de Vigário Geral, Zuenir transformou a experiência no livro Cidade partida, de 1994, que retrata as causas da violência no Rio. Mais tarde, lançou Chico Mendes: Crime e Castigo, que traz suas três reportagens premiadas sobre a vida e a morte do maior líder sindical e ambientalista da Amazônia. A primeira foi em 1989, um ano apos o assassinato de Chico Mendes; a segunda em 1990, época do julgamento dos criminosos, e a terceira no final de 2003, para checar as repercussões quinze anos depois.
Em 1998, lançou Inveja: mal secreto, em que trata desse sentimento insidioso, que ninguém admite cometer, mas todos juram conhecer. O tema faz o livro esbarrar em histórias de amor, medo e morte. O autor também narra o seu tratamento vitorioso contra um câncer e faz uma comparação admirável entre o tumor e a inveja. Já em Minhas histórias dos outros, Zuenir relata histórias que viveu e outras de grandes personagens que conheceu ao longo de quase cinqüenta anos de profissão. Nos livros de crônicas, “aprendemos com a sua acuidade de repórter e com a sua sensibilidade de homem engajado e solidário”, como disse Luis Fernando Verissimo. Abaixo, seguem listas de livros e prêmios do escritor e jornalista:
OBRAS
Romances
Inveja: mal secreto (264 págs.) – 1998, Objetiva
Inveja: mal secreto / edição de bolso (280 págs.) – 2009, Objetiva
Sagrada Família (232 págs.) - 2012, Alfaguara
Contos & Crônicas
Crônicas de um Fim de Século (222 págs.) – 1999, Objetiva
Melhores Crônicas - Zuenir Ventura (383 págs.) – 2003, Global
Crônicas para Ler na Escola (152 págs.) – 2012, Objetiva
Não Ficção: Biografia, Reportagem, Memória
Cidade Partida (277 págs.) – 1994, Companhia das Letras
70/80 – Cultura em trânsito: da repressão à abertura / com Heloisa Buarque de Hollanda (336 págs.) – 2000, Aeroplano
Chico Mendes: crime e castigo (241 págs.) – 2003, Companhia das Letras
Um Voluntário da Pátria / coleção Vozes do Golpe, com C.H. Cony, L.F. Verissimo e M. Scliar (336 págs.) – 2004, Companhia das Letras
Minhas Histórias dos outros (270 págs.) – 2005, (nova edição no prelo), Objetiva
1968: o que fizemos de nós (216 págs.) – 2008, 2013, Objetiva
Conversa sobre o tempo / com Luis Fernando Verissimo e Arthur Dapieve (254 págs.) – 2010, Agir
1968: o ano que não terminou (310 págs.) – 1988, 2008, 2013, 2018 Objetiva
Audio-Livro
Inveja: mal secreto (8 horas) – 2009, Plugme
Edições Estrangeiras
Itália: Inveja - Mal Secreto (Invidia - Mal Segreto) - 2006, Cavallo di Ferro
Portugal: Inveja - Mal Secreto - 2010, Planeta (direitos revertidos)
Prêmios
Prêmio Esso de Jornalismo, 1989, pela série de reportagens O Acre de Chico Mendes
Prêmio Wladimir Herzog, de direitos humanos, 1989, pela série de reportagens O Acre de Chico Mendes
Prêmio Jabuti de Reportagem, 1995, por Cidade partida