20 de julho de 2021

A dor da perda transformada em arte

Noemi Jaffe relata os dias após a perda da mãe, vasculhando suas lembranças em uma história sobre a morte, mas também sobre o que fica depois dela.

Por Felipe Maciel

A morte da mãe, o relato de um luto, a eterna ausência. Lili: novela de um luto, a nova obra literária de Noemi Jaffe, começa a chegar hoje às livrarias e já está disponível nas lojas on-line. Em breves 112 páginas, a escritora oferece um universo profundo de sentimentos.

“Quando ela estava morta, eu beijei seu rosto, suas mãos, seu colo. Apertava seu pulso, abraçava seu corpo, chamava: mãe, mãe. Levantava sua mão e a deixava cair.” Com essas palavras, adentramos na escrita de Noemi Jaffe. É de tirar o fôlego.

A escritora narra os últimos momentos, o processo de despedida, a dor da separação e, por fim, a falta. “Uma pessoa pode ser só o calor da mão. Isso basta para que uma mãe seja mãe e para que eu seja filha.”

O significado insondável da maternidade e a relação entre mãe e filha. A certa altura, Noemi questiona o que é ser mãe. “Ser mãe. Sei que minha mãe era mãe. É mãe (…) É o próprio sentimento de ouvir essa palavra.”

“Amar uma mãe e amar os filhos é um desvio insustentável do amor.” E assim segue a autora em seu relato/desabafo de afeto, reminiscência e saudade, em cada frase, cada memória, cada sentimento revivido. Para nós, leitores, dá vontade de sublinhar as palavras e guardá-las conosco, em um lugar onde só as mães ocupam.


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