Sobre a autora
Maria Valéria Rezende nasceu em 1942, em Santos, onde morou até os 18 anos. Em 1965, entrou para a Congregação de Nossa Senhora – Cônegas de Santo Agostinho. Sempre se dedicou à educação popular, primeiro na periferia de São Paulo e, a partir de 1972, no Nordeste. Viveu no meio rural de Pernambuco e da Paraíba e, desde 1986, mora em João Pessoa. Já esteve em Angola, Cuba, França e Timor, entre outros países, participando de projetos sociais e de educação. Integrou a direção nacional da Juventude Estudantil Católica e, durante a ditadura militar, abrigou em sua casa militantes que lutaram contra o regime.
A autora, que costura referências das culturas erudita e popular, “é uma revelação em nossas letras”, disse Frei Betto. Iniciou a carreira literária escrevendo para o público infantojuvenil. Só em 2001, às vésperas dos 60 anos, publicou o primeiro livro de contos, Vasto mundo, reeditado em 2015 pela Alfaguara. Pouco depois, lançou o elogiado romance O voo da guará vermelha, que nasceu a partir de sua experiência com a dor do analfabetismo e a educação de jovens e adultos.
Em 2014, lançou Quarenta dias e, dois anos depois, Outros cantos, ambos pela Alfaguara. Mesmo fora do circuito literário do Sul-Sudeste, a escritora conquistou leitores fieis e o reconhecimento da crítica, participando dos mais importantes eventos literários do Brasil. Nos últimos anos, sua obra ganhou uma dimensão ainda maior, ao receber alguns dos mais relevantes prêmios literários do país e também o Casa de las Americas, na categoria Literatura Brasileira. Dona de uma escrita inventiva e conhecedora da realidade de “Rosálios” e “Irenes”, Maria Valéria fez uma obra poética e forte, que dispensa trivialidades.
Citações
“Rezende consegue fazer essa referência tão forte a Guimarães com notável economia verbal. São apenas duas palavras que entregam o jogo: vereda e misturado.”
Resenha da Folha de S. Paulo sobre Outros cantos (Alfaguara)
O outro livro é da freirinha que fuma cigarros, e que ganhou o Jabuti, nesse ano. Maria Valeria Rezende, em “Outros Cantos”. É o segundo livro, decididamente melhor que o primeiro, já “truquenta”, contando mais que uma história ao mesmo tempo. É lá no sem fim do sertão para onde foi enviada num ônibus, como professora do Mobral. Bom de se ler, também”
Nina Horta, colunista da Folha de S. Paulo, sobre Outros cantos (Alfaguara)
“Um livro sóbrio e envolvente. Um hino à vida, à beleza e ao amor, completamente desprovido da pieguice em que geralmente se banham romances que fazem dessas matérias inconsúteis (amor, beleza e vida) a carpintaria da história que contam. Um belo livro!”
O Estado de São Paulo sobre O voo da guará vermelha (Alfaguara)