4 de outubro de 2018

Cravos

A experiência da leitura deste livro aproxima-se à de um balé do qual se faz parte como espectador bailarino, deslizando-se da densidade de um encontro incendiário às lágrimas que inundarão os olhos em horas impróprias. Uma voz fala de contatos intermitentes (em palcos e na vida) como quem divide segredos e confessa um atraso. Mas, quando se expressa, reorganiza o tempo e já não há espaços vazios. Mesmo quando as engrenagens do corpo rangem, uma desmedida de afetos inventa o possível no romance impossível. Suspendem-se assim os hiatos entre a mulher de dedos longos que contam notas de dinheiro encharcadas e o homem que enxerga ali uma dança de Pina Bausch – e entre eles e nós.


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