Em novo livro, a premiada jornalista Eliane Brum, que adotou Altamira como casa, cruza com vários seres da floresta e mostra como raça, classe e gênero estão implicados no destino da Amazônia e da Terra.
Por Felipe Maciel
Eliane Brum ganhou recentemente o prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos com o livro Brasil, construtor de ruínas – Um olhar sobre o Brasil de Lula a Bolsonaro. Agora, ela, uma das maiores jornalistas da atualidade, lança Banzeiro ókòtó: uma viagem à Amazônia centro do mundo pela Companhia das Letras.
A obra é igualmente um primor, guiada pelo olhar sensível, o faro jornalístico, o rigor da apuração e, ainda mais importante, pelo drama real que a autora descortina. “Mudar para a Amazônia me desestruturou”, confessa a jornalista que decidiu morar em Altamira, no Pará, para acompanhar com olhos próprios a tragédia brasileira.
“Desestruturei‑me no Xingu. E desestruturar‑se é arriscado, porque uma vez que acontece não há retorno. Significa que você já não pode se conformar a uma estrutura de pensamento único.”, escreve na apresentação desta obra.
É justamente esta desestruturação que permite Eliane ir tão longe e se firmar como voz potente, uma voz feminina, brasileira, indignada e determinada a agir. Explicar a extensão da importância de Banzeiro ókòtó nestas linhas resulta inútil, porque este é um livro urgente, do nosso tempo e sobre as escolhas imprescindíveis de uma geração. É preciso ler este livro! A entrega é completa e os fatos, reais! Confira a live do lançamento do livro com a autora Eliane Brum e convidades da floresta: