Antologia de contos da Melhoramentos sobre as possibilidades do amor reúne jovens talentos da literatura brasileira, além de um texto de Fernanda Young,
Por Felipe Maciel
Fernanda de Castro Lima, Fernanda Young, Giulia Paim, Laura Conrado, Marina Carvalho e Vinícius Grossos compõem o mosaico de Eu chamo de amor, coletânea de pequenas narrativas da Melhoramentos que entra hoje em pré-venda. A cada história, um ponto de vista sobre um tema que oferece muitas perspectivas.
“Uma vez a Ana me disse que ama demais porque seu coração é maior do que o normal.”, escreve Fernanda de Castro Lima em Arritmia, conto que abre o volume e dá o tom. Em La Zorra, texto inédito de Fernanda Young, recordamos a habilidade da autora para abordar neuroses: “Quero uma manicure que venha em casa. Não vou para a rua ser assaltada, meu celular é novo.”, nos conta Helena, em busca por unhas afiadas e postiças para impressionar o namorado.
Em forma de diário, Giulia Paim coloca o leitor na ordem do dia, esse mesmo em que vivemos hoje, de isolamento social e de altos e baixos. “O amor aqui é o da distância: Quero ter o direito de ser fraca, triste, vulnerável. Quero poder ter medo. Quero que esteja tudo bem em não estar bem.”
“Hugo e eu estávamos juntos havia quase seis meses. Infelizmente, relaxamos no uso do preservativo e confiamos apenas no anticoncepcional. Mas essas coisas – leia-se: gravidez – acontecem com pessoas que fazem sexo, uma vez que o único método cem por cento eficaz é a abstinência”, reflete Laura Conrado em Deve ser amor.
Marina Carvalho apresenta versões de uma mesma história em Como Eduardo e Mônica. Ela inicia seu relato: “Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer”. Ele acrescenta: “Ligo ou não ligo? Ligo ou não ligo?”.
Vinicius Grossos encerra o volume com Uma história sobre montanhas, aplicativos e o crush supremo: “Meu nome é Nicolas, tenho dezoito anos e sou gay. Minha família me aceita de boa, por mais que a descoberta tenha sido um tanto constrangedora.” Deve ser amor, são os amores possíveis!