18 de maio de 2017

Flávio Carneiro lança novo livro pela Rocco

Epifânio de Moraes Netto é um homem que causa paixões: famoso escritor de livros de autoajuda, inspirou muita gente e ludibriou outras. A única pessoa que não conseguiu ajudar, porém, foi a si mesmo: sua morte ganhou as manchetes dos principais jornais. É comum que o falecimento de uma personalidade cause comoção, mas o destaque se deu pelas circunstâncias de sua morte: ele foi encontrado no quarto de um hotel de luxo em São Conrado, zona Sul do Rio de Janeiro, estirado no chão, de bruços, ao lado de um copo caído, com resto de bebida. Causa da morte: envenenamento por estricnina! O que teria acontecido naquele quarto para Epifânio encontrar seu fim dessa forma? Essa resposta somente o olhar arguto do detetive Miranda poderá resolver.

Um romance perigoso é o terceiro romance policial de Flávio Carneiro protagonizado por André, um homem de existência instável – afetiva e materialmente – que vivia de cobrar dívidas e que acabou assumindo a identidade de um de seus credores, o detetive Miranda, e seu inseparável amigo e assistente, o Gordo. Assim como em O livro roubado e O campeonato, essa nova história mistura suspense, mistério, violência e romance, elementos clássicos da melhor literatura policial, tendo o Rio de Janeiro como cenário. Ao saber da morte de Epifânio, André “Miranda” não fica feliz com a notícia, mas tampouco triste. Ele foi uma das vítimas do popular escritor, conhecido nas sombras por ser um grande charlatão. Ainda assim, a dúvida que mobiliza o detetive é: o mestre da autoajuda não fora capaz de superar seus demônios internos, a culpa por ser uma fraude, e cometera suicídio? Ou fora assassinado por uma das muitas pessoas que, assim como ele, foram enganadas por Epifânio?

O detetive terá sua chance de descobrir: ele acaba sendo chamado para dar apoio às investigações. E para isso conta com a ajuda do Gordo, o doutor Watson desse Sherlock tropical, dono de um sebo de livros raros, amigo e assistente de André. E Clóvis, o motorista de taxi que tem como sonho transformar a propriedade que herdou em Guapimirim num motel- fazenda. Juntos, eles começam a correr atrás das pistas que começam com um exemplar usado de A irmãzinha, de Raymond Chandler, um dos mais célebres escritores americanos de histórias policiais noir, sobre a cama do quarto. Na parede, um grafite, em spray vermelho escuro, como sangue, escrito X-9.

X-9 é o termo usado para alcaguetes e traidores. Epifânio teve ligação com os militares, na época da ditadura. Ele não gostava de falar sobre isso, mas a verdade é que duas ou três revistas andaram insinuando que o guru da autoajuda tinha levado muita gente ao exílio ou à morte nos anos 70, denunciando outros escritores e artistas, considerados subversivos pelo regime militar. Naquela época, ele teria traído muita gente além dos “comunas”. O que esse passado teria a ver com esse romance “perigoso” encontrado no quarto, e que conta a história de uma moça que pede ajude de um detetive para encontrar seu irmão desaparecido? Em Um romance perigoso, o leitor se envolverá nessa trama sombria num cenário solar, mas não menos fatal.


Share

Outras Notícias

Ilana Casoy: a dama do true crime brasileiro

Conheça três livros da escritora e criminóloga que analisou dezenas de […]

leia mais
A elegância literária de Lygia Fagundes Telles corre o mundo

Um dos maiores nomes da literatura brasileira do século 20, Lygia […]

leia mais
Minha vida de agente literária

Por Felipe Maciel Celebrando 40 anos de carreira dedicada à literatura, […]

leia mais