Como o subtítulo indica, A Estética do Frio é o texto de uma conferência apresentada na cidade suíça, em 2003. Trata-se de uma reflexão do autor acerca de sua identidade sulista e de seu trabalho artístico. “Não estamos à margem de um centro, mas no centro de uma outra história” é o ponto a que chega, depois de conduzir o leitor por questões da identidade como o “ser ou não brasileiro”, enraizadas no imaginário rio-grandense, ou por questões artísticas, como a busca por uma estética livre dos estereótipos da brasilidade e do gauchismo.
Vitor reivindica seu direito à grande tradição musical e poética brasileira. Ao mesmo tempo, ao eleger a milonga – um gênero musical comum ao Rio Grande do Sul, ao Uruguai e à Argentina – como música matriz, Vitor deflagrou um processo de aproximação não só com o “Brasil”, mas também com os países do Prata, dando o impulso inicial àquilo que, por envolver outros artistas sul-americanos, vem sendo visto pela mídia e pelo público como um movimento artístico.