15 de novembro de 2009

Os Espiões

Luis Fernando Veríssimo constrói, neste romance, uma alegoria híbrida de mitologia, humor e mistério.
Ainda se curando da ressaca do final de semana, na manhã de uma terça-feira, o funcionário de uma pequena editora recebe um envelope branco, endereçado com letras de mãos trêmulas. Dentro, as primeiras páginas de um livro de confissões escrito por uma certa Ariadne, que promete contar sua história com um amante secreto e depois se suicidar. Atormentado por sonhos românticos, esse boêmio, frustrado com seu casamento e infeliz no trabalho, decide tomar uma atitude: descobrir quem é Ariadne e, se possível, salvá-la da morte anunciada.
Na mitologia grega, ela ajuda Teseu a sair do labirinto. No entanto, Verissimo cria uma Ariadne ao contrário, que vai enfeitiçando o protagonista e seus amigos de bar, os deliciosos e risíveis espiões deste livro. Linha a linha, como um fio costurando a comédia ao drama cotidiano, o autor constrói a teia de onde seus personagens talvez não escapem – um universo alegórico, diabolicamente engraçado e culto, que captura o leitor até o final desse enigma.

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