
Cem anos depois dos eventos ocorridos em São Paulo, a Semana de Arte Moderna de 1922 ainda suscitam debates e novas análises.
Por Felipe Maciel
O centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 é celebrado oficialmente hoje. Há exatos 100 anos o Theatro Municipal de São Paulo abriu suas portas dando início a uma extensa exibição cultural, reunindo artistas dos mais variados gêneros e dividindo (até hoje) opiniões. Os eventos não duraram exatamente cinco dias. Intensos. Reverberantes.
Foram esses acontecimentos que entraram para a posteridade como a pedra fundamental do Modernismo brasileiro. A ruptura estética, cultural e social havia sido iniciada já há alguns anos, especialmente nas artes plásticas, com as exposições das primeiras obras modernas de Anita Malfatti e Lasar Segall.
Já na literatura, o sopro de renovação ganhou impulso após a emblemática semana, abrindo o caminho para a escrita disruptiva de Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Murilo Mendes, Pagu, Jorge de Lima, entre outros.
Os ventos de renovação atravessaram o século. Dos modernistas de primeira ordem, desdobraram-se a segunda e terceira gerações, revelando nomes como João Cabral de Melo Neto, João Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Rachel de Queiroz, Mário Quintana, Manoel de Barros… a lista é extensa.
As influências chegaram ao cinema de Glauber Rocha, ao teatro de Zé Celso, à música de Caetano Veloso e Gilberto Gil, à poesia dos irmãos Campos. E ressoa ainda hoje em artistas como Adriana Calcanhotto e Arnaldo Antunes. Não há exagero em dizer que a Semana de 22 mudou o Brasil deixando um riquíssimo legado. Comemoremos este dia!