16 de agosto de 2022

Cousa de doudo!

Em novo romance, Sérgio Rodrigues se inspira em Machado de Assis e José de Alencar para desvendar as idiossincrasias do Rio de Janeiro dos dias de hoje.

Por Felipe Maciel

Sérgio Rodrigues retorna ao romance em “A vida futura” (Companhia das Letras), (re)encarnando Machado de Assis e José de Alencar em sua ficção. Desfrutando da árdua vida eterna, os baluartes da literatura brasileira oitocentista se deparam, abismados, com uma notícia do Rio de Janeiro dos nossos dias:

Com a finalidade de tornar cânones literários mais acessíveis aos leitores, uma professora carioca do empobrecido bairro da Glória do século 21 propõe reescrever trechos substantivos de suas respectivas obras em uma linguagem fácil e palatável aos padrões vigentes do mundo contemporâneo.

Os ilustres autores decidem, pois, empreender uma “incursão ao mundo dos vivos — pior, ao mundo brasileiro e carioca dos vivos; dos moribundos, dos mortos-vivos, dos vivíssimos.” a fim de dar cabo a tal famigerada ideia.

Mas a outrora capital encontra-se desfigurada. Teríamos perdido o rumo em alguma dobra do tecido espaço-temporal, indo parar numa versão imaginária e doentia do Rio de Janeiro, fermentada na alma de um louco?”, indaga-se o narrador-defunto.

“O olhar machadiano sobre as relações sociais no Brasil já foi incorporado não só à literatura, mas também a outros campos do conhecimento, como a sociologia. Machado deixou claro quais são nossos vícios de origem, que continuam firmes e fortes apesar de terem sido denunciados pela obra dele. Ele mostra como alguns dos nossos nós sociais permanecem atados.”, apontou o autor em entrevista ao jornal O Globo.

Realizado na Janela Livraria, no Rio de Janeiro, em um bate-papo com a jornalista Cora Rónai, o primeiro evento de lançamento contou com a ilustre presença de Fernanda Montenegro. Em São Paulo, o autor promoveu o livro na Megafauna e recebeu a escritora Noemi Jaffe para uma conversa sobre a obra.

Além do novo romance, a Companhia acaba de lançar uma nova edição do livro de contos “O homem que matou o escritor”, que marcou a estreia do escritor na ficção.


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