Genêro do Autor: Ensaio e Crítica

Sérgio Abranches

30 de abril de 2025

Sobre o autor

Sérgio Abranches nasceu em Curvelo, no interior de Minas Gerais, em 1949. Escritor, cientista político e colunista dos jornais Estado de Minas e Correio Braziliense, é formado em Sociologia pela UnB e pós-doutor em Ciência Política e Sociologia Comparada pela Universidade Cornell (EUA).

Ao longo da carreira, tem se dedicado a investigar os desafios contemporâneos à democracia, frente às transformações profundas provocadas pela digitalização, globalização e avanço científico-tecnológico. Como comentarista da rádio CBN, cobriu de perto as conferências do clima da ONU, das COPs 15 (Copenhague, 2009) à COP 21 (Paris, 2015), que resultou no Acordo de Paris. Também apresentou duas temporadas da série Entrevista no Canal Futura — A era do imprevisto e Brasil: tempo presente — discutindo geopolítica, democracia, mudança climática e sustentabilidade.

Entre seus livros mais importantes estão O tempo dos governantes incidentais (Companhia das Letras, 2020), Presidencialismo de coalizão (Companhia das Letras, 2018), finalista do Prêmio Jabuti, A era do imprevisto (Companhia das Letras, 2017), vencedor do Prêmio Literário Nacional PEN Clube do Brasil, e Copenhague antes e depois (Civilização Brasileira, 2010), sobre a política global do clima.

Abranches também transita com liberdade pela ficção. É autor dos romances O intérprete de borboletas (Record, 2022), O pelo negro do medo (Record, 2012) e Que mistérios tem Clarice? (Biblioteca Azul, 2014).

 


Citações

“O livro não oferece respostas definitivas, nem é esse o seu propósito. Abranches quer refletir sobre as incertezas de um tempo em que a democracia perde suas amarras. O lugar do qual ele dialoga com inúmeros autores é o da política. Contudo, a política é concebida como um território complexo e aberto, no qual a reflexão pode partir tanto das ciências sociais quanto da filosofia ou da ficção. O resultado é surpreendente.”
Heloisa Starling para a Revista Quatro cinco um sobre O tempo dos governantes incidentais (Companhia das Letras)

“Uma análise ousada e abrangente sobre os desafios civilizatórios de nosso tempo, que só um pensador com a trajetória de Abranches poderia oferecer.”
Prêmio PEN Clube do Brasil sobre A era do imprevisto (Companhia das Letras)

“Uma tentativa lúcida de pôr ordem à cacofonia de uma ruptura sem precedentes.”
O Globo sobre A era do imprevisto (Companhia das Letras)

 “Com uma escrita clara e vigorosa, Abranches conecta ciência, política e cultura em um livro essencial para entender as forças que moldam nosso futuro.”
Folha de S.Paulo sobre A era do imprevisto (Companhia das Letras)

 


Leia mais

Resenha de Heloisa Starling para a Revista Quatro cinco um sobre O tempo dos governantes incidentais (Companhia das Letras)

Matéria do jornal O Globo sobre A era do imprevisto (Companhia das Letras)

Entrevista de Sérgio Abranches para o jornal O Globo sobre A era do imprevisto (Companhia das Letras)

Entrevista de Sérgio Abranches para o jornal Rascunho O tempo dos governantes incidentais (Companhia das Letras)

Entrevista de Sérgio Abranches para o jornal O Globo sobre o romance O intérprete de borboletas (Record)

Entrevista de Sérgio Abranches para o programa Conversa com Bial/TV Globo

Entrevista de Sérgio Abranches para o programa Roberto D’Ávila/Globonews

Site do autor

Ariano Suassuna

27 de novembro de 2023

Sobre o autor

Um dos maiores nomes da literatura brasileira, Ariano Suassuna nasceu em 1927, em João Pessoa, na Paraíba, e, em 1942, se mudou para Recife, Pernambuco, onde se formou em Direito. Romancista, dramaturgo, poeta e professor universitário, traduzido para vários idiomas, fundou o Teatro Popular do Nordeste e o do Movimento Armorial, em que buscou criar uma arte erudita brasileira com base na tradição popular. Eleito em 1989 para a Academia Brasileira de Letras, Ariano percorreu o país com aulas-espetáculos, que levavam a audiência ao delírio. Faleceu aos 87 anos, em julho de 2014, em Recife, a cidade que elegera para morar a maior parte de sua vida.

Tema de diversos estudos e teses acadêmicas, sua obra inclui romances, novelas e quase duas dezenas de peças teatrais, entre as quais A pena e a lei, de 1971, O santo e a porca, de 1964, e o Auto da Compadecida, de 1957, que seguem sendo simultaneamente encenadas por inúmeros grupos teatrais do país, e cujas adaptações para cinema e televisão obtiveram enorme êxito. A chegada das peças de Suassuna ao grande público não representou propriamente uma popularização de seu trabalho, mas uma consagração de sua popularidade. Se fosse realmente possível sintetizar sua extensa e produção artística, talvez se pudesse dizer que é ela uma síntese universal da cultura popular nordestina.

Em sua obra, Ariano revelava e refazia nexos nada óbvios entre a literatura de cordel das feiras do Nordeste e a literatura medieval portuguesa, ao mesmo tempo, em que reciclava recursos característicos do teatro grego e temas clássicos, sem abrir mão da expressão popular. Formado na escola sertaneja da privação, Ariano era econômico; o luxo de sua erudição sempre soava discreto, em textos limpos, simples, cômicos e invariavelmente comoventes. Lidas e encenadas em escolas de todo o país, as peças de Suassuna pertencem à memória de várias gerações. Suas personagens – santos, cangaceiros, palhaços, donzelas casadoiras, prostitutas, avarentos, ladrões, frades, juízes, vaqueiros e cangaceiros – revivem paixões de todos os tempos e lugares e ganham posto cativo no imaginário do leitor.

Para Suassuna, entretanto, foi no Romance d’a Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-volta (1971), reeditado pela Nova Fronteira em 2017, que sua literatura se apresentou mais acabada e completa. Classificado pelo próprio autor como um “romance armorial popular”, o livro funde mundos, numa espécie de realismo mágico sertanejo, onde diferentes tradições literárias se entrelaçam e as raízes medievais da organização social do sertão surgem, numa representação da própria fusão cultural brasileira.

 


Citações

“Extraordinário romance – memorial, poema, folhetim, que Ariano Suassuna acaba de explodir. Ler esse livro em atmosfera de febre, febril ele mesmo, com a fantasmagoria de suas desventuras, que trazem a Idade Média para o fundo Brasil dos novecentos, suas rabelaisiadas, seu dramatismo envolto em riso.

Ah, escrever um livro assim deve ser uma graça, mas é preciso merecer a graça da escrita, não é qualquer vida que gera obra desse calibre.”
Carlos Drummond de Andrade, poeta e escritor, sobre Romance d’A Pedra do Reino (Nova Fronteira)

 “Ariano buscou a essência da alma e da linguagem do povo que ele conheceu. Misturou sua erudição com o falar e a sabedoria do homem nordestino. Como Cervantes, no meio de sua prosa admirável, colocou versos e poemas muitas vezes cortando o desenvolvimento de suas histórias. Fez uma genial paródia dos romances da cavalaria medieval.”
Carlos Heitor Cony, jornalista e escritor, sobre Ariano Suassuna

“Entremeado, todo o tempo, de símbolos e alusões, de recordações e fantasmas, poço inesgotável de estudos analíticos, livro de cabeceira para psicólogos e sociólogos, esse romance é uma explosão de maravilha. Não há que buscar nele o folclore, o regional, o ocasional, o circunstancial, e sim o universal, o permanente, como em Dom Quixote”.
Carlos Lacerda, jornalista e editor, sobre Romance d’A Pedra do Reino (Nova Fronteira) 

“No caso de Suassuna, a identificação entre o homem e a obra parece tão siamesa que o fluxo popular do seu teatro […] e do seu romance não pode ser acoimado de atitude. Atitudes seriam, e menos graves, certas brincadeiras ou liberdades que o escritor toma em público, com o fito evidente de prolongar em sua pessoa o mito da obra.”
Hélio Pólvora, jornalista, escritor e crítico literário e de cinema, sobre Ariano Suassuna

 “Ariano Suassuna é a prova de que uma cultura vasta e o conhecimento das grandes tradições da arte ocidental parecem ser a melhor base para a criação de uma obra essencialmente brasileira; nascido e criado no nordeste, sua obra dramática foi desde o início influenciada tanto pelo teatro de mamulengos e pela literatura de cordel, quanto por tudo que ele conhecia do teatro universal; e com o tempo Suassuna se dedicou fundamentalmente àquelas expressões de suas origens, integrando-as com as formas eruditas que lhe pareciam ser o melhor caminho para se conseguir estabelecer uma comunicação plena entre a riqueza regional e o total do Brasil contemporâneo.”
Barbara Heliodora, ensaísta, tradutora e crítica de teatro, sobre Ariano Suassuna

 


Leia mais

Texto de Barbara Heliodora sobre Ariano Suassuna em O Globo

Matéria da Folha de S. Paulo sobre o lançamento pela Nova Fronteira do Teatro Completo de Ariano Suassuna