Cacos para um vitral, de 1980, conta o cotidiano aparentemente monótono de Maria da Glória, professora de música e de religião, em busca da perfeição divina. Nele, Adélia Prado usa a metáfora do vitral para explicar a relação entre a vida e Deus. Narrado em terceira pessoa, acompanhamos os pequenos fragmentos da vida dessa mulher, ao lado do marido Gabriel e a discussão de ambos sobre a criação poética.
Quando recuperava a alegria, Glória ficava íntima. E descobria que o medo e o sentimento de culpa não a preservavam, mas a endureciam. Estar alegre, para Glória, era possuir intimidade. Seu corpo não era mais feito de partes, mas algo inteiro e harmonioso, ajustado, digna de amor e de amar, fazer os outros felizes.