
Reunindo clássicos da obra de Oswald de Andrade e Mário de Andrade, “Resaca tropical” joga luz para a modernidade brasileira nos anos 1920.
Por Felipe Maciel
As celebrações dos 100 anos da Semana de 22 não se limitam ao Brasil. O movimento modernista cruzou fronteiras e oceanos e impactou também países hispânicos e lusófonos. A prestigiosa e multicultural Alias Editorial, editora de Damián Ortega, lança em breve Resaca tropical no México.
Organizado por Rafael Toriz, o volume reúne “Pau-Brasil” e um encarte de “Manifesto Antropófago”, ambos de Oswald de Andrade, além de “Paulicéia desvairada”, de Mário de Andrade. É Toriz quem recorda em seu prefácio que 1922 trouxe mudanças estruturais. T. S. Eliot lançou A terra devastada e Ulysses, recém-publicado por James Joyce, era o grande acontecimento.
“Marco do Modernismo brasileiro, a Semana de Arte Moderna, além de colocar no centro de suas preocupações o advento da urbe latinoamericana, criou a base para a interpretação da cultura brasileira contemporânea, seja ao já explorar a identidade como conflito, as mudanças estruturais na forma de conceber e escrever poesia, na erupção avassaladora das culturas popular, indígena e das negritudes, das diversas experimentações tipográficas e do uso do humor como exercício crítico.”, aponta o ensaísta e crítico literário mexicano.
Temos aqui uma edição artística e bela que transmite para além de nossas fronteiras a imagem de um país em toda a sua potência e esplendor, em compasso com a vanguarda e os novos caminhos.