Eliane Marques

Sobre a autora

Poeta, tradutora e psicanalista, Eliane Marques nasceu na fronteira entre o Brasil e o Uruguai. É mestre em Direito Público e graduada em Pedagogia e Direito, com especialização em Constituição, Economia e Política.

Na carreira literária, publicou em 2023 pela Autêntica Contemporânea seu primeiro romance, Louças de família. Dois anos antes, já havia lançado pelo selo Orisun Oro, da Escola de Poesia, o livro de poemas o poço das marianas (Prêmio Minuano de Literatura e finalista dos prêmios Associação Gaúcha de Escritores e Açorianos, todos relativos a 2022). Ainda na seara poética, é autora de e se alguém o pano (Prêmio Açorianos de 2016) e de Relicário (Grupo Cero, 2009). Como tradutora, verteu para o português Pregão de Marimorena, da poeta afro-uruguaia Virginia Brindis de Salas (Figura de Linguagem, 2021) e O trágico em Psicanálise, da psicanalista argentina Marcela Villavella (Psicolibro, 2012).

Eliane coordena a editora Escola de Poesia Amefricana e o selo Orisun oro, que visa à tradução e à publicação de livros de mulheres poetas amefricanas no Brasil. É filiada à Àpres Coup Psicanálise e Poesia, onde coordena e ministra seminários de formação em psicanálise. Mantém, ainda, uma coluna quinzenal sobre cultura e psicanálise no jornal Zero Hora. Seus poemas já foram publicados nas revistas norte-americanas The Common (nº 20) e Prairie Schooner (volume 95) e nas revistas brasileiras Cult e Piauí, entre outras. Trabalhou como roteirista, produtora executiva e diretora do documentário Wole Soyinka – A forja de Ogum e colaborou com poemas para o espetáculo de dança Sambaracutu, do Canoas Coletivo de Dança, entre outros trabalhos multimídias. Atua também como Auditora de Controle Externo no Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul.

 


Citações

“O projeto poético de Eliane Marques se constrói a partir de uma relação com a língua portuguesa que consiste em ‘tirar leite das pedras’, estando a poeta interessada nas pedras, não no leite. Ou seja, de um idioma marcadamente ‘leitoso’, melodioso (como o tendem ser os idiomas neolatinos) retirar uma sonoridade pedregosa, mais próxima do percussivo. Seu livro de estreia, ‘Relicário’, marca o início desse projeto com uma linguagem sucinta, sem pontuação e marcada por substantivos. A morte, tão presente no imaginário do livro, é purificada de sua espiritualidade para tornar-se morte material, morte em vida e morte para os vivos. As referências culturais amefricanas se entremeiam com gregas e europeias modernas de forma palpável e dinâmica. (…) Quem são, afinal, as marianas de que trata o texto? São, agora, o próprio texto e tudo o que, neste novo e admirável livro de um dos nomes mais importantes da poesia brasileira de hoje em dia, é, também, respeitoso e amoroso silêncio sobre essas mulheres. Nada, aqui, daquele vício tão brasileiro de querer ‘falar por quem não fala’. Avançando algumas casas em relação ao que em seu livro anterior, e se alguém o pano, já se evidenciava como promessa de realizações futuras ainda mais arrojadas, Eliane Marques escreve o silêncio (que, como sabemos, não existe, em termos absolutos): conseguiremos ouvir e conviver com a sua aspereza de coisa viva?”
Ricardo Aleixo, poeta, sobre o poço das marianas (Escola de Poesia/ Orisun Oro)

“Espero que Eliane Marques não seja confrontada com a mesma falsa dicotomia presente nas opções que à época foram oferecidas a Arnaldo Xavier, a saber: ou escolher entrar na idade do bom senso como mais uma poeta negra afirmativa; ou se resignar a ser censurada por sua ‘poesia difícil’, haja vista a aporia sugerida por sua imagética não redundante e suas ásperas elipses que estruturam as formas significantes e discursivas de seu percurso poético que agora se atualiza com ‘O poço das marianas’.”
Ronald Augusto, poeta, sobre O poço das marianas (Escola de Poesia)

“Nessa nova publicação, Marques demonstra não seguir a trilha daquilo que é mais fácil ou está mais explicitamente em diálogo com a tradição modernista brasileira, optando por um caminho estético que possui alta voltagem de estranhamento e que faz da dissonância uma de suas marcas principais, distanciando-se de possíveis escolas ou linhas de força tradicionais da lírica brasileira.”
Prisca Agustoni, poeta, sobre Eliane Marques

“(…) Eliane não empreende essa jornada na linguagem sem o instrumento que Ogum usou para fender a primeira rocha. Verdade, mas é fato também que ela tem plena consciência de que o poder desse instrumento é correlativo com suas limitações. ‘Toque o que você não sabe’, dizia Miles Davis. O domínio de Eliane Marques sobre a linguagem é incomum; é mais incomum, no entanto, a humildade que a permite se aventurar por terreno prelinguístico e incerto, em cujas rochas seu instrumento pode quebrar ou torcer. É lá que ela não sabe. É lá que ela escreve.”
Adriano Migliavacca, tradutor e doutor em Letras, sobre Eliane Marques

 


Leia mais

Nota da revista Quatro Cinco Um sobre Louças de família (Autêntica Contemporânea)

Nota da revista Cult sobre Louças de família (Autêntica Contemporânea)

Mondolivro sobre Louças de família (Autêntica Contemporânea)

Matéria do Portal LiteraturaRS sobre Louças de família (Autêntica Contemporânea)


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Vídeos

  • Divã Negro
    Romance
    prelo, Autêntica.
  • Louças de família
    Romance
    280 págs, 2023, Autêntica Contemporânea.
  • o poço das marianas
    Poesia
    104 págs, 2021, Poemário, Escola de Poesia Amefricana.
  • e se alguém o pano
    Poesia
    104 págs, 2015, Poemário, Escola de Poesia Amefricana.
  • Relicário
    Poesia
    72 págs, 2009, Poemário, Grupo Cero.