Mario Quintana

Sobre o autor

Um dos poetas mais populares e lidos do Brasil, Mario Quintana nasceu em Alegrete, no Rio Grande do Sul, em julho de 1906. Aos 20 anos, mudou-se para Porto Alegre, residindo entre 1968 e 1980 no Hotel Majestic, um edifício histórico que hoje abriga o centro cultural Casa de Cultura Mario Quintana. É autor de mais de 20 livros, sem contar as antologias. Desde 2012, sua obra adulta passou a ser publicada pelo selo literário Alfaguara e a infantil, pela Companhia das Letrinhas. Estreou na literatura aos 34 anos, com o livro de poemas A rua dos Cataventos, de 1940, e escreveu até 1990, quando lançou sua última obra poética, Velório sem defunto. Morreu em 1994, na cidade que escolhera para viver. Sua contribuição literária, no entanto, permanece viva e atual entre os leitores.

Quintana foi também cronista, tradutor, jornalista e autor de livros infantis. Verteu para o português clássicos de Virginia Woolf, Proust, Balzac, Voltaire, Maupassant e Merimée. Trabalhou nos jornais O Estado do Rio Grande e no Correio do Povo, onde manteve por décadas a coluna Caderno H, cujos textos curtos e poéticos foram reunidos em livro homônimo. Nessas páginas fragmentadas, uma das grandes responsáveis pela consagração popular de sua literatura, Quintana escrevia da crônica ao poema, passando por suas frases cheias de espírito.

Em Canções, livro de 1946, Quintana se revelou moderno, exercendo uma poesia com plena liberdade da forma. Em seguida, publicou Sapato florido, de 1948, misto de prosa poética e alguns aforismos: “Amar é mudar a alma de casa”, escreveu o poeta nesse volume que precedeu O aprendiz de feiticeiro, de 1950, e Espelho mágico, do ano seguinte.

Em 1966, foi publicada a sua Antologia poética, organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos em comemoração pelos sessenta anos do poeta. Certa vez, quando pediram a Quintana que falasse sobre sua vida, ele respondeu: “Bem… eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente. Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão”. De fato, descobrir Mario Quintana e redescobri-lo todos os dias, é uma tentação que passa geração após geração.

 


 

Citações

“Eu gostava da simplicidade e lirismo da poesia dele, mas ele também tinha mergulhos mais profundos. E a prosa dele é cheia de epigramas e sacadas. Era uma grande humorista.”
Luis Fernando Verissimo, escritor, cronista e jornalista, sobre Mario Quintana 

“A poesia de Mario Quintana se caracteriza por um profundo humanismo, no conteúdo, e na forma por uma ‘difícil simplicidade’. Ternura, melancolia, intimismo, misticismo, humour irônico (para disfarçar o sentimentalismo), nostalgia da infância, de pureza (…) É o artista consciente das virtualidades expressivas de seu instrumento, do verso e do idioma. Atraído pelo realismo mágico ou fantástico, por visões oníricas ou surrealistas, Mario Quintana procura comunicar esse mundo suprarreal mediante uma grande economia, mas também grande eficiência, de meios. Consegue-o com o poder sintético das imagens, metáforas, sinestesias, associações insólitas e outros tantos recursos da poesia moderna”. 
Celso Pedro Luft, escritor, gramático, filólogo e dicionarista, sobre Mario Quintana

“Quintana foi uma poeta ‘fácil’ e popularíssimo. Ainda bem que existem poetas acessíveis no país (…) tinha algo dessa modéstia, dessa graça, que é a de fazer versos como quem descobre, infantilmente, algo de mágico na vida. Não havia angústias ontológicas, asperezas modernas, crispações, incompreensibilidades em seus poemas.”
Marcelo Coelho, jornalista e colunista, sobre Mario Quintana

“A obra e a personalidade de Quintana, contudo, não se resumem ao seu tão conhecido gosto pelas coisas simples (…) sua simplicidade vinha de um refinamento que era fruto da madureza e de um convívio com o ‘mistério evidente’ de uma poesia que não se deixa definir nem explicar.”
Estadão, sobre Mario Quintana

“Quintana é um poeta que penetrou na alma popular. Quanto mais o tempo passa, mais a sua poesia se expande formalmente”
Ítalo Moriconi, poeta, professor e crítico literário, sobre Mario Quintana

 


 

Leia mais

As melhores frases de Mario Quintana, segundo o Estadão

Site da Casa de Cultura Mario Quintana

Acervo de Mario Quintana no IMS


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Vídeos

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    Poesia
    208 págs, 1986/2008/prelo, Alfaguara.
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  • Baú de Espantos
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    Contos e Crônicas
    362 págs, 1973/2008/2013, Alfaguara.
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    Contos e Crônicas
    326 págs, 1987/2007/2013, Alfaguara.
  • Preparativos de Viagem
    Poesia
    96 págs, 1987/2008/2013, Alfaguara.
  • Esconderijos do Tempo
    Poesia
    82 págs, 1980/2005/2013, Alfaguara.
  • Velório Sem Defunto
    Poesia
    98 págs, 1990/2009/2013, Alfaguara.
  • Poemas para Ler na Escola
    Poesia
    192 págs, 2012, Objetiva.
  • O Aprendiz de Feiticeiro – seguido de Espelho Mágico
    Poesia
    184 págs, 1950/2005/2012, Alfaguara.
  • A Cor do Invisível
    Poesia
    152 págs, 1989/2012, Alfaguara.
  • A Vaca e o Hipogrifo
    Poesia
    304 págs, 1977/2006/2012, Alfaguara.
  • Apontamentos de História Sobrenatural
    Poesia
    208 págs, 1976/2006/2012, Alfaguara.
  • Canções seguido de Sapato Florido e A Rua dos Cataventos
    Poesia
    240 págs, 1946/2005/2012 , Alfaguara.
  • Lili Inventa o Mundo
    Infantil e Juvenil
    48 págs, 1983/2005/2009, Global.
  • O Livro de haicais
    Poesia
    90 págs, 2009, Globo .
  • Os Melhores Poemas
    Poesia
    128 págs, 1983/2009, Global.
  • Para Viver com Poesias
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    120 págs, 2008, Globo .
  • Só Meu
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  • Sapato Furado
    Infantil e Juvenil
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  • Sapo Amarelo
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  • Prosa & Verso
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    162 págs, 1978/1998, Globo (dir.revertidos).