Genêro do Autor: Arte, Arquitetura e Fotografia

Veronica Stigger

24 de novembro de 2018

Sobre a autora

Veronica Stigger nasceu em 1973, em Porto Alegre. Desde 2001, mora em São Paulo. É escritora, crítica de arte e professora universitária. Cursou Jornalismo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É Mestre em Semiótica pela Unisinos e Doutora em Teoria e Crítica de Arte pela USP. Possui Pós-doutorado pela Università degli Studi di RomaLa Sapienza”, pelo Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP) e pelo Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp.

Coordena o curso de Criação Literária da Academia Internacional de Cinema e é professora nas Pós-Graduações em História da Arte e em Fotografia da FAAP e na Pós-Graduação em Formação de Escritores do Instituto Vera Cruz. Seu livro de estreia, O trágico e outras comédias, uma reunião de contos, foi publicado primeiramente em Portugal pela editora Angelus Novus, de Coimbra. No ano seguinte, ganhou uma edição brasileira pela 7Letras. Seu lançamento mais recente, Sombrio, ermo, turvo, — uma seleção de contos, causos, epifanias, poemas e textos de inspiração teatral — saiu em 2019 pela Todavia.

Sua obra literária explora as diferentes linguagens, desrespeitando propositalmente os limites de gênero e assumindo os mais diversos formatos: contos, poemas, peça teatral, legenda, anúncio publicitário ou palestra. No teatro, em 2013, assinou a dramaturgia da peça ¡Salta!, do Coletivo Teatro Dodecafônico, de São Paulo, e, naquele mesmo ano, teve textos de sua autoria adaptados para o palco no espetáculo Extraordinário cotidiano, apresentado em Curitiba, e no espetáculo Puzzle, por Felipe Hirsch, encenado em Frankfurt, São Paulo e no Rio de Janeiro.

 


 

Citações

“Sem que ninguém o diga, cabe ao leitor rever os fragmentos que haviam parecido tão irresponsavelmente despreocupados. (…) Chaplin então mostra que sempre o falseáramos quando não o compreendíamos próximos de Beckett, dramaturgo e prosador.”
Luiz Costa Lima, professor emérito da PUC-RJ e crítico literário, sobre Opisanie ?wiata (SESI-SP) para o Valor Econômico

“Singular e imaginativo, livro de Veronica Stigger é um alento. Um livro imaginativo e sem classificação provoca encontros imprevistos na recolha de imagens inventadas como fantasmagorias entre o vazio da História e o que a História não toca.”
Manoel Ricardo de Lima, escritor e poeta, sobre Opisanie ?wiata (SESI-SP) para O Globo

“Em certo sentido, a novela consegue realizar romanescamente o projeto antropofágico: Stigger encontrou a forma que faltava à prosa dos antropófagos.”
Alexandre Nodari, Professor de Literatura Brasileira e Teoria Literária da UFPR, sobre Opisanie ?wiata (SESI-SP)

 


 

Leia mais

Resenha de José Castello sobre Sombrio, ermo, turvo (Todavia) para o Estadão

Jorge de Lima

12 de novembro de 2018

Sobre o autor

Jorge de Lima nasceu em União dos Palmares, no estado de Alagoas, em abril de 1895. Formou-se em Medicina em 1915 e mudou-se para o Rio de Janeiro em 1930. Na então capital federal, clinicou e lecionou Literatura nas Universidades do Brasil e do Distrito Federal, e seu consultório tornou-se um centro de reunião de intelectuais e artistas. Em 1935, converteu-se ao catolicismo, o que se reflete fortemente em sua obra. Vinculado à segunda geração do Modernismo, é um dos mais conhecidos e prestigiados autores da literatura nacional. Poeta, autor de romances renomados e médico de prestígio faleceu em novembro de 1953 no Rio de Janeiro.

O poeta Jorge de Lima iniciou-se no ofício pelas formas clássicas, mas logo adotou as ideias modernistas e construiu uma obra de crítica social, sentido religioso e clara pulsão metafísica, com matizes surrealistas. Sua poesia mereceu ensaios entusiasmados de grandes homens das letras, como Mário Faustino, Otto Maria Carpeaux e Gilberto Freyre, e tornou-se indispensável em antologias. O autor dizia que fora aos oito anos, ao visitar a Serra da Barriga, onde Ganga Zumba instalara o famoso quilombo de escravos, mais tarde governado por Zumbi, que, pela primeira vez, sentira-se tocado pela poesia. Essa paisagem da infância, a lembrança das mães-pretas e as marcas da cultura negra estiveram presentes em toda sua obra. Seus primeiros versos foram escritos aos sete anos. O soneto O acendedor de lampiões, seu primeiro sucesso literário, foi composto aos 13 anos.

Em 1935, já convertido ao catolicismo, escreve Tempo e eternidade (Companhia das Letras), em parceria com Murilo Mendes, obra em que o sentimento religioso ganhou feições efetivamente cristãs. Gilberto Freyre é quem assinou o em prefácio da edição original de Poemas negros (Alfaguara), de 1947, título que apresentou uma série de 23 poemas inéditos e onde o poeta traçou a trajetória do negro no Brasil, a partir de seus orixás, mitos e personagens.

Para o meio literário brasileiro, 1952 é o ano de Invenção de Orfeu (Alfaguara), o grande poema da brasilidade, uma epopeia lírica, onde o poeta é o herói que atravessa o tempo e o espaço, buscando evitar a queda diante das vicissitudes do mundo. Jorge de Lima deixou também uma importante obra em prosa, onde se destacou A mulher obscura, livro de conteúdo mítico, tema reincidente no universo do autor.

A obra de Jorge de Lima caiu em domínio público em 2024.

 


 

Citações

“Jorge de Lima é um dos maiores poetas brasileiros de todos os tempos, enriquece o brasileiro das áreas menos coloridas pela influência africana, com a expressão poética de sua experiência de nordestino de banguê nascido e criado perto dos últimos “pombais negros” (…) Ao mesmo tempo ele põe o estrangeiro que se aproxima da poesia brasileira em contato com uma das nossas maiores riquezas: a interpretação de culturas, entre nós tão livres, ao lado do cruzamento de raças.”
Gilberto Freyre, escritor, ensaísta e sociólogo, em prefácio a Poemas negros (Alfaguara)

“Temos, em ‘Calunga’, um realismo claro, como o que acabou trespassando a fase nordestina de Jorge de Lima, e que abrange a fala do lugar, o sentimento religioso, e o trabalho sisifiano (…).”
Marcos Luchhesi, crítico literário, sobre Calunga (Companhia das Letras)

“O alagoano Jorge de Lima cumpriu um prodígio. Sua última obra, ‘Invenção de Orfeu’, publicada um ano antes de falecer, em 1952, até hoje é um enigma aos leitores e críticos, que se debatem em hipóteses e subterrâneos para entender seu longo poema de dez cantos. O escritor não facilitou o caminho para ninguém, criou um hipertexto lírico a inaugurar a pós-modernidade as trevas na poesia brasileira.”
Fabrício Carpinejar, poeta e escritor, sobre Invenção de Orfeu (Alfaguara)

“Impressiona o frescor dos Cantos na sua policromia de falas, no seu pentagrama de cores, com vivo sentido místico, político, social, filosófico e humano.”
Estadão, sobre Invenção de Orfeu (Alfaguara)