Genêro do Autor: Graphic Novel e Quadrinhos

Vanessa Barbara

24 de novembro de 2018

Sobre a autora

Considerada uma das mais talentosas escritoras de sua geração, Vanessa Barbara nasceu em São Paulo, em 1982. Aos 21 anos, escreveu seu primeiro livro, em que já exibia o domínio narrativo. Espécie de livro-reportagem sobre a Rodoviária do Tietê, O livro amarelo do terminal foi lançado em 2008, em bela edição da Cosac & Naify, e reeditado pela Editora Sesi em 2018. De lá pra cá, Vanessa escreveu romances, contos, um livro infantojuvenil e uma HQ.

Como jornalista, colaborou com a revista Piauí e foi colunista nos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, veículo para o qual retornou em 2014. Escreve atualmente também para o International New York Times. Em 2013, o jornal americano  a convidou para assinar um artigo sobre as manifestações de junho. Pouco depois, Vanessa foi aprovada para ingressar no seleto time de colunistas internacionais e passou a contribuir mensalmente para o jornalão.

É também a idealizadora do periódico digital A Hortaliça (www.hortifruti.org), portal em que aborda os mais variados temas, e traduziu para o português obras como O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald, e Três vidas, de Gertrude Stein. Em 2012, participou com Noites de alface da seleção da revista Granta como uma das vinte promessas na literatura brasileira. No mesmo ano, Noites de alface seria publicado pela Alfaguara como o primeiro romance solo de Vanessa Barbara, sendo posteriormente traduzido para diversos países.

 


 

Citações

“’Noites de Alface’, de Vanessa Barbara, tem o melhor início, um parágrafo forte que termina com um definitivo ‘Desde então, a casa sem Ada é de gavetas vazias’”.
Adriano Schwartz, crítico literário e professor da USP, sobre o trecho de Noites de alface publicado em Granta – os melhores jovens escritores brasileiros

“Vanessa constrói com habilidade as contradições dos personagens para demonstrar a natureza volúvel do ser humano.”
Revista TPM, sobre Noites de alface (Alfaguara)

“Valendo-se de uma prosa agradável, recheada de um humor sutil que flerta eventualmente com o nonsense, a jornalista e cronista da Folha de S. Paulo cria um microcosmo coabitado por um homem que, abarcado pela perda, resolve assumir uma rotina vazia embrulhado numa manta xadrez, e uma vizinhança excêntrica que insiste em mostrar para ele o quanto são finas e transponíveis as paredes de seu refúgio.”
Revista Amalgama, sobre Noites de alface (Alfaguara)

 


 

Leia mais

Entrevista de Vanessa Bárbara sobre Operação Impensável (Intrínseca) para o Suplemento Pernambuco

Entrevista de Vanessa Bárbara sobre Noites de alface (Alfaguara) para a Folha de S. Paulo

Rachel de Queiroz

23 de novembro de 2018

Sobre a autora

A vida e a obra de Rachel de Queiroz foram marcadas pelo pioneirismo. Uma das precursoras do romance regionalista nordestino, que influenciou toda uma geração de escritores, a autora lançou em 1930, aos 20 anos, o romance O quinze (José Olympio), que lhe rendeu o reconhecimento em todo o país e elogios de Augusto Frederico Schmidt e Mário de Andrade. Em 1977, foi a primeira mulher eleita para a Academia Brasileira de Letras. E, aos 83 anos, recebeu o Prêmio Camões de Literatura. Mais uma vez, Rachel de Queiroz abria um precedente. Nunca antes uma escritora recebera o mais prestigioso prêmio em língua portuguesa pelo reconhecimento a seu ofício.

Nascida em Fortaleza, no Ceará, em 1910, passou seus primeiros anos na fazenda de seus pais, mas logo voltou a viver na capital cearense. Em 1917, foi com a família para o Rio de Janeiro e, no mesmo ano, para Belém, fugindo da terrível seca de 1915, que, mais tarde, serviria de inspiração para o seu primeiro romance. Politizada desde a juventude, em uma época em que as mulheres ainda lutavam pelo direito ao voto, participou do movimento comunista do qual se afastou definitivamente em 1940, após sofrer censura do Partido Comunista e se desiludir com o rumo das esquerdas no mundo.

O traço mais marcante da personalidade da escritora foi provavelmente a coragem e a firmeza com que sempre defendeu seu ponto de vista e posições políticas. Fichada pela polícia de Getúlio Vargas em 1932 e presa durante o Estado Novo, Rachel de Queiroz tornou-se antigetulista convicta e opôs-se com igual veemência a João Goulart e Leonel Brizola, afilhados políticos do getulismo. Como jornalista e cronista, colaborou para diversas publicações, entre elas a revista Cruzeiro, onde assinou por muitos anos uma coluna de grande prestígio. Foi também autora de peças teatrais, livros infantis e de traduções impecáveis de Dostoievski, Tolstoi, Emily Brontë, entre outros. Sua obra, extensamente premiada, foi publicada em diversos países, como Alemanha, França, Itália e México.

Nos anos 1930, escreveu quatro romances. Na década de 50, publicou a ficção Galo de ouro; todos eles reeditados nos anos 2000 pela José Olympio. Nas décadas seguintes, dedicou-se a escrever contos, crônicas, poesia, peças de teatro e livros infantis. O longo jejum da prosa extensa foi interrompido em 1975 com o livro Dora, Doralina. Seu último romance, Memorial de Maria Moura, de 1992, narra a saga de uma menina de boa família que se transforma numa guerreira destemida. Sucesso instantâneo, o livro ganhou uma bem-sucedida adaptação para a televisão, protagonizada por Gloria Pires. A escritora morreu no Rio de Janeiro, em 2003, aos 93 anos. Sem nunca ter encampado a causa feminista, entrou para a história por sua capacidade de desbravar caminhos nunca antes trilhados pelas mulheres no Brasil.

 


 

Citações

“Uma garota assim fazer romance.”
Graciliano Ramos, escritor, sobre O quinze (José Olympio)

“O que mais surpreende mais é justamente isso: tanta literatice inicial se soverter de repente, e a moça vir saindo com um livro humano, uma seca de verdade, sem exagero, sem sonoridade, uma seca seca, pura, destestável, medonha.”
Mário de Andrade, poeta, romancista, crítico literário, sobre O quinze (José Olympio)

“Acabo, agora mesmo, de ler um romance e não resisto à tentação de sobre ele dizer algo, de comunicar o entusiasmo de quem estou possuído, de chamar a atenção para um livro que vem revelar a existência de um grande escritor brasileiro, inteiramente desconhecido. Grande escritor que é uma mulher, incrivelmente jovem. Refiro-me ao ‘O quinze’, de Rachel de Queiroz.”
Augusto Frederico Schmidt, poeta e crítico literário, sobre O quinze (José Olympio)

”Como sua criadora incomparável, ela, Maria Moura, é um clássico.”
Lêdo Ivo, poeta, romancista, cronista, contista e jornalista, sobre Memorial de Maria Moura (José Olympio)

 


 

Leia mais

Resenha de O quinze (José Olympio) no Portal da Fundação Yedda e Augusto Frederico Schmidt

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