18 de novembro de 2015

Que fim levou Juliana Klein?

Em seu romance de estreia O evangelho segundo Hitler, vencedor dos prêmios SESC e São Paulo 2014, Marcos Peres contou a absurda (e por isso deliciosa) história de como um duplo do escritor Jorge Luis Borges teria influenciado Hitler em seu terrível plano de domínio da Europa.

Seu segundo romance é uma ficção policial que atualiza uma longa disputa entre os Koch e os Klein, famílias que se odeiam ha varias gerações. Saem de Frankfurt e se estabelecem em Curitiba, onde as disputas continuam tanto no plano das ideias (são pensadores que lecionam nas duas principais universidades do estado do Paraná) quanto no plano da violência física.

O estranho desaparecimento da professora de filosofia Juliana Klein, caso complexo, traz de volta à cidade de Curitiba um delegado maringaense de atuação impulsiva. Irineu de Freitas havia se envolvido com a família Klein durante a investigação de um crime no passado, e misturou sua atuação técnica com a passional, deixando de lado as regras e os limites éticos da profissão. É um herói obcecado. Seu desafio e imenso: entender as razões históricas e filosóficas desse conflito entre famílias. A solução dos vários crimes deve ser buscada entre os envolvidos, nos indícios materiais dos assassinatos e também nas discussões contidas em livros que o delegado praticamente desconhece. Dante, Santo Agostinho, Sartre e principalmente Nietzsche fornecem pistas para deslindar as mortes que não param de acontecer.

Que fim levou Juliana Klein?

Construído em vários planos temporais e em mais de um foco narrativo, Marcos Peres nos desafia com um enigma que vai sendo resolvido, ate certa altura, por Irineu, mas que exige que o leitor também participe, optando entre as hipóteses possíveis.


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