Paulo Emilio, conhecido principalmente pela crítica de cinema, foi antes de tudo um pensador. Nessas três novelas, publicadas quando tinha 60 anos, ele libera sua livre e extraordinária imaginação, na expressão de Antonio Candido, ao escrever histórias que se nutrem de elementos retirados do cotidiano próximo. Assim, Três mulheres de três PPPês procura passar a impressão de divertimento, mas, por trás dos jogos, das inversões, das reviravoltas do entrecho, oculta-se um profundo mal-estar com a convivência inevitável da burguesia paulista, da qual o autor tinha indisfarçável horror. Suas três mulheres são anti-heroínas superiormente dotadas, que submetem os parvos PPPês aos seus caprichos e os subjugam, por força de sua progressiva – e assumida – traição. Uma fortuna crítica representa as primeiras reações à obra surpreendente de Paulo Emilio e reúne nome como Zulmira Ribeiro Tavares, Roberto Schwarz, Modesto Carone e Celso Luft.