11 de fevereiro de 2021

Manuel de Barros investiga as pré-coisas


Editora Alfaguara reedita clássico da prosa poética do poeta


Por Felipe Maciel

“Minhocas arejam a terra; poetas, a linguagem” – Manoel de Barros

Publicada originalmente em 1985, a Alfaguara acaba de lançar uma nova edição de Livro de pré-coisas, obra de Manoel de Barros que confunde as fronteiras entre a prosa e a poesia e definida por Manoel como uma espécie de roteiro poético pelas entranhas do Pantanal.O volume traz prefácio de Maria Valéria Rezende, além de imagens do acervo pessoal do escritor matogrossense.

“Quando de primeiro o homem era só, Bernardo era”

Em sua excursão ao universo pantaneiro, acompanhamos o andarilho Bernardo, personagem apresentado, pela primeira vez, aos leitores neste livro e que se tornaria recorrente na obra de Manoel de Barros. O narrador, apontado pela crítica como o alter ego do poeta, é como um guia que vem de longe “com a sua pré-história” para percorrer sua terra natal, revelando a essência do homem com a natureza.

“Quando os meus olhos estão sujos de civilização, cresce/por dentro deles um desejo de árvores e aves”

Com sua linguagem singular, com ecos de Guimarães Rosa, Manoel de Barros inventa e reinventa palavras, depurando em poesia a beleza das paisagens e a singularidade de cada ser vivo e das coisas.




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