A editora José Olympio relança “100 crônicas escolhidas”, reunindo uma seleção de textos jornalísticos de Raquel de Queiroz.
Por Felipe Maciel
Rachel de Queiroz é uma autora reconhecida em todo o país pelo romance O quinze. Quem seria aquela jovem que, a despeito das circunstâncias pouco prováveis, abria caminho para o romance regional? Em sua longa carreira literária, escreveu ainda outras obras marcantes de ficção, mas foi como cronista – na labuta diária – que conquistou milhares de leitores.
Publicado originalmente em 1958, 100 crônicas escolhidas (José Olympio) reúne parte de sua produção jornalística, escrita entre 1940 e 1950. Foi a própria escritora, aliás, quem afirmou sobre sua intimidade com o gênero: “Eu não sou uma romancista nata. Os meus romances é que foram maneiras de eu exercitar meu ofício, o jornalismo.”
Com uma prosa vigorosa e enxuta, Rachel fez carreira longeva. A Última Página, sua coluna de crônicas semanais, marcou história na revista O Cruzeiro, que esbanjava a tiragem exuberante de 100 mil exemplares em todo o país.
Ela costumava dizer que o jornalismo era “mais profissão que vocação”. Ao reler suas crônicas, podemos discordar da autora. Seus textos concisos seduzem e comunicam com facilidade ao abordar temáticas sociais ainda hoje relevantes, histórias do passado e do Nordeste e, por vezes, a vida artística e cultural da época.