“Eu já tinha mais de trinta anos de carreira quando cheguei a Rio Branco, no Acre, sem saber direito quem era aquele fascinante personagem. Só depois que ele morreu, aos 44 anos, é que o Brasil descobriu haver perdido o que custa tanto a produzir: um verdadeiro líder. À frete dos seringueiros que organizou, ele desenvolveu táticas pacíficas de resistência com as quais defendeu a Amazônia, que a partir dos anos 70 sofrera um acelerado processo de desmatamento para dar lugar a grandes pastagens de gado”, disse o autor Zuenir Ventura.
Além da histórica série “O Acre de Chico Mendes”, que valeu a Zuenir o Prêmio Esso de Jornalismo, o livro reúne ainda trechos do diário escrito por Zuenir na viagem de 1989; a cobertura do julgamento dos assassinos de Chico, em 1990; e um painel do Acre em 2003, quando o autor voltou ao local do crime que mudou a história da luta ecológica no Brasil. Talento investigativo e apuro literário se unem nesse livro para revelar o que de mais humano, brutal, heróico e até picaresto cercou a vida e a morte do grande líder seringueiro.