11 de novembro de 2009

Hotel Novo Mundo

“A ironia, o sarcasmo, o humor cortante saltam desde a primeira página. Vejam o encontro da protagonista, Renata, com o companheiro de viagem: a demolição de um tipo de pessoa, de uma classe social. Se você começou a ler, está fisgado, preso. E como a personagem se define em poucas linhas: uma ‘mulher inútil sem a menor ideia do que fazer daqui para a frente’. Em poucas palavras, é dado o clima: ‘Os hóspedes do Novo Mundo não costumam chegar de táxi’. Precisa mais para mostrar o pulgueiro? Assim, nesse hotel nas proximidades da estátua do Duque de Caxias, no centro de São Paulo, se desenrola o fracasso de um relacionamento e uma busca. Do quê? Alguém sabe? Aqui está um mundo à parte, ou talvez um mundo que é um microcosmo do Brasil, com suas leis, sua moral, ética, cinismo, corrupção, contravenção, frustrações, traições (o que é traição?). Tudo isso narrado com um jeito calmo, natural – éapenas alguém descrevendo sem um olhar de espanto, sem tomar partido, apenas dizendo: vejam, é assim que as coisas são.  Há algo de Nelson Rodrigues, de Tennessee Williams… Que digo? Há muito de Ivana e desse olhar que rasga como lâmina”.
Ignácio de Loyola Brandão

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