27 de novembro de 2008

Satolep

A úmida e fantasmática Satolep (palíndromo da palavra “Pelotas”) é a cidade construída pelo escritor gaúcho Vitor Ramil, para onde o fotógrafo Selbor, protagonista e narrador do romance, retorna no dia do seu aniversário de trinta anos. Ele se depara, então, com personagens reais da história pelotense, como o escritor João Simões Lopes Neto; o poeta, jornalista e boêmio Lobo da Costa e o cineasta Francisco Santos. O encontro do narrador e seu passado é o que está em jogo em Satolep.
O personagem Selbor foi inspirado em um fotógrafo que realmente existiu e documentou a cidade de Pelotas no início do século XX. Suas fotos, publicadas no Álbum de Pelotas (1922), foram recolhidas por Ramil e serviram como ponto de partida para a história. No romance, as imagens ocupam um lugar central e são intercaladas por textos breves, encontrados por Selbor dentro de uma pasta, esquecida por um rapaz na estação de trens da cidade. De maneira fantástica e misteriosa, os textos complementam os cliques do fotógrafo, criando uma atmosfera de lirismo e alucinação. Pedaço de um Brasil muito particular, Satolep é presença fixa na obra de Ramil – um lugar a qual ele recorre, percorre e busca recriar para constituir a si próprio.

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