12 de março de 2021

O amor, segundo bell hooks

Por João Schlaepfer

bell hooks é uma célebre autora que já assinou mais de 30 títulos. Conhecida por ter uma posição firme e um pensamento crítico acerca de sistemas de opressão e dominação, em sua nova trilogia pela Editora Elefante, ela discute temas ligados a relacionamentos. O primeiro livro, Tudo sobre o amor: novas perspectivas, resgata o significado da palavra amor em suas mais diversas esferas – familiar, romântica, religiosa e de amizade.

Como o título sugere, suas novas perspectivas fomentam olhares menos comuns ao sentimento, a começar pelo afastamento da noção de amor de um sinal de fraqueza. Melhor do que tentar resumir, podemos apreciar o pensamento de bell hooks, claro e pertinente, no trecho de uma entrevista a Abigail Bereola para o site Shondaland:

“Muitas pessoas não concordam comigo, mas eu realmente acredito que homens são tão infelizes em relacionamentos quanto mulheres nessa sociedade patriarcal. Porque estudos mostram que muitos homens, de diferentes raças, classes sociais e status socioeconômicos, escolhem uma parceira baseada em sua aparência. A gente ouve homens falando coisas como ‘Nossa, quando eu a vi eu sabia que essa era a mulher da minha vida.’ Mas na realidade eles só estão falando sobre uma profunda atração que tiveram com a aparência física da pessoa. Não é sobre as suas qualidades pessoais. Frequentemente em espaços heteronormativos, se o homem não está exibindo sua masculinidade patriarcal, as pessoas logo pensam ‘bell, ele é gay.’ Essa é provavelmente uma das mais intensas barreiras que homens heterossexuais encontram quando desafiam o patriarcado, o medo de ser visto como gay, a homofobia que está por trás disso. Vejo que o homem realizado e que realmente construiu seu amor próprio não tem medo de ser considerado gay, porque sabe quem ele é. Se acharem que ele é gay, tudo bem, se não acharem, tudo bem também. Mas eu não acho que a maioria dos homens se permite a liberdade de ser realizado.”


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