Dramaturgo, escritor, jornalista e autor de telenovelas, Jorge Andrade é um dos principais nomes do teatro moderno do país.
Por Felipe Maciel
Um dos grandes nomes do teatro brasileiro do século 20, o autor começou a escrever suas peças nos anos 1950 e se tornou um marco da dramaturgia ao retratar os conflitos sociais do país, que ganharam novos contornos diante da transformação do perfil socioeconômico de São Paulo – de agrícola para industrial e urbana. Na televisão, ficou conhecido do grande público com a adaptação de Os ossos do barão e O grito.
Para o dramaturgo, o teatro deveria refletir a sociedade humana em seu contexto histórico, como um registro em seu tempo e espaço. Seus textos mais conhecidos, como revelam A moratória, Vereda da salvação e Os ossos do barão, investigam o passado para decifrar o presente.
Na ocasião de sua morte, em 1984, Antonio Candido refletiu: “Para Jorge Andrade o teatro era uma procura da verdade, uma curiosa mistura de nostalgia e revolta, de senso piedoso do passado e denúncia do presente, de compreensão e condenação. Um teatro de alta qualidade, que exprime com nobreza as suas perplexidades e o seu inconformismo.”
Dentro de um quadro temático amplo e que inclui escritores do nível de Nelson Rodrigues, Dias Gomes, Gianfrancesco Guarnieri e Plínio Marcos, entre outros, Jorge Andrade figura entre um dos principais autores da renovação do teatro brasileiro.