Por Felipe Maciel
Oswald de Andrade se propôs a mudar o rumo da estética da arte brasileira e, ao morrer em 22 de outubro de 1954, mal sabia que havia inscrito seu nome no panteão dos grandes nomes das letras do país, sobrevivendo a si mesmo.
Quando partiu, ainda não havia a tropicália, que tanto bebeu de sua fonte e renovou seu público, nem o Cinema Novo, tampouco sua peça mais notória, “O rei da vela”, havia sido imortalizada na montagem do Teatro Oficina sob a direção de José Celso Martinez Corrêa. A visão oswaldiana – iconoclasta e moderna por definição – ainda estava por se consolidar.
Se Oswald nunca agiu em torno de um consenso e não poupava críticas nem mesmo aos amigos, fato é que muitos artistas que se seguiram a ele, de diferentes linhagens e linguagens, giraram em sua órbita e se inspiraram no conceito de antropofagia, cunhado em seu Manifesto Antropófago, de 1928. A tal ponto que podemos dizer que o autor seja, talvez, uma das personalidades que mais influenciou a cena artística brasileira no século 20.
Em 2022, serão celebrados os 100 anos da Semana de Arte Moderna e, certamente, Oswald estará no centro do debate. É instigante, sem dúvida, rever a obra deste autor fundamental à luz dos nossos tempos, incorporando à discussão novos termos e outras perguntas. Multicultural, sim, mas defensor de uma arte reconhecidamente brasileira.
O que Oswald teria a nos dizer hoje? Não poderemos saber. O que sobre ele disseram? Separamos aqui alguns depoimentos. Confira nas imagens!